quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O velho Alecrim - Sugiro que você leia ouvindo "O que é que a Baiana tem", interpretado por Carmem Miranda

(Foto: Canindé Soares)


O que é que o Alecrim tem?
O que é que o Alecrim tem?
Tem feira livre(tem)
Tem Cemitério tem (tem)
Um grande Relógio tem (tem)
Tem Base Naval tem (tem)
Tem Camelódromo tem (tem)
Barulho de carro tem (tem)
E tem gritaria tem (tem)
Tem gente enfeitada tem (tem)
E tem graça como ninguém...!
O que é que o Alecrim tem? (bis)
Como ele sobrevive bem...!
O que é que o Alecrim tem? (bis)
Quando você passar por mim olhe pro lado sim, olhe pro lado sim, olhe pro lado sim
O que é que o Alecrim tem? (bis)
Mas o que é que o Alecrim tem?
O que é que o Alecrim tem? (bis)
O que é que o Alecrim tem?
Tem ônibus lotado tem (tem?)
Tem MC Nild´s tem (ah!)
Mercado da 4 tem (que bom!)
Tem Padre Miguelinho tem (tem)
Tem 12 Avenidas tem (e que mais?)
3º Distrito tem (tem)
Tem muita pechincha tem (tem)
Ladeira da Catinga tem
Só vai no Sol Quente quem quer...
O que é que o Alecrim tem? (bis)
Só vai no Sol Quente quem quer...
O que é que o Alecrim tem? (bis)
Um Carrinho de Fruta, uma sacola assim Ai, quem não tem disposição não vai no AlecrimÔi, quem não tem disposição Não vai no Alecrim Ôi,
não vai no Alecrim (6 vezes)
(- Acho que Carmem Miranda teria gostado dessa versão...rsrsrs-)

Observando outro dia o velho bairro, me deparei encantada com a multidão que ia e vinha de todos os lados. Algumas procurando algo barato pra comprar, outras querendo ser encontradas no emaranhado de vias ocupadas por carros - de mão, de verdade ... de brinquedo, bicicletas, cachorro, periquito, papagaio, Cd e DVD piratas... numa mistura harmoniosa que faz do antigo bairro o maior shopping center a céu aberto de nosso Estado. Sim, vale dizer que é um shopping center melhorado, pois lá você encontra o que pode e o que não pode imaginar. Encontra artigo para o carro, para a casa e para o corpo..., descobri adereços para partes do meu corpo que eu nem sabia que tinha..., mas lá no Alecrim tem!

Existem pessoas que vão ao Alecrim só para baterem perna. Minha mãe é uma delas! Ela sai de casa às 11h40, sim, porque só tem graça andar no "comércio" com o sol pegando fogo - é mais emocionante! - e volta às 13h10 sem nenhuma sacola pra contar história e, mesmo já sabendo a resposta, pergunto o que ela foi fazer e ela responde com a maior cara lisa: nada... fui só ver as coisas! "As coisas" é um resumo das 3.500 lojas espalhadas por 12 avenidas que ela olhou uma a uma e não comprou nadica de nada, pois ela estava "só olhando".

Então cheguei a conclusão que o bairro do Alecrim é um estado de espírito próprio daqueles que sabem o que querem e como querem. Que não estão ali por modismo ou para impressionar ninguém com suas roupas de grifes e relógios caros. Estão sim, pelo simples prazer de viver na simplicidade, sem máscaras..., etiquetas..., ou qualquer outro artifício que nos tire aquilo que temos de mais precioso... nossa identidade. Aquela que reencontramos todas as noites quando tiramos a fantasia que nos acompanhou durante o dia, fechamos a porta do quarto e apagamos as luzes com medo de não reconhece-la ao olharmos o espelho.

E viva o velho Alecrim! Viva para eu ter o prazer de levar meus netos para conhecê-lo.

Fiquem com Deus.

Geo

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