terça-feira, 15 de setembro de 2009
Desabafo de uma gordinha em Natal
Ei me diga uma coisa, alguém aqui não tem noção do que é a culinária nordestina?
Escondidinho de carne seca, macaxeira frita, carne de sol com manteiga de garrafa, toda qualidade de fruto do mar, bode, galinha cabidela... Todas essas e muitas outras delícias? Pois bem, por que mulesta alguém vem pra Natal fazendo dieta? Expliquem-me!
Só pra constranger os bons de boca que não tão nem aí pros pneuzinhos? Só pode!
Outro dia fui a um restaurante aqui chamado Mangai, pense num restaurante bom! Só comidas regionais, daquelas que fazem você esquecer as contas no final do mês. Pois bem, para fazer jus aos meus quilinhos a mais, me acabei no ensopado de carne de sol com nata e mandei ver na coca diet (Só tomo coca diet e to chegando à conclusão que ela engorda porque só vejo gordo tomando) e o que aconteceu? Na mesa ao lado havia um grupo de turistas e com eles uma mulher que de tão magra só tinha olho, mas não era magra natural não, era magra de regime, a chamada passa fome. A infeliz grudou o olho no meu prato que me deu agonia. Quanto mais ela olhava, mais eu comia. Saí de lá e escrevi o artigo abaixo em protesto a esse povo, que vem pra Natal, e não compartilha com um dos maiores prazeres do nordestino: COMER!
Segue Artigo:
"É tão bom comer...
Como pode algo tão prazeroso provocar desconfortos que muitas vezes nos fazem pensar se valem à pena?
Quando comemos algo que desejamos muito, o nosso organismo libera Endorfina, que é um neuro-hormônio produzido pelo próprio organismo na glândula hipófise, causando com isso aquela incomparável sensação de bem estar jogando por terra qualquer stress.
Mas por que então me culpar?
A culpa é do organismo que, vale salientar, eu não escolhi para ser meu... Deram-me sem direito a troca.
Mas deixando esse “indivíduo” lento e insaciável de lado, não podemos negar a satisfação que temos em irmos a um restaurante e vermos aquele desfile de beldades assadas e cheirosas passando por todos os lados, que fica ainda melhor, acompanhado daquela “promoção relâmpago” que nos permite comer de tudo por um só preço. Não... Nada se compara a isso!
O nosso êxtase só é interrompido quando nossos olhos, hipnotizados pelo porco assado no espeto, cruzam com o olhar curioso e muitas vezes reprovador do meu vizinho de mesa. Que coisa irritante! Pronto, o mal amado consegue nos fazer pensar que a gordurinha que sai inofensiva do pobre porquinho poderá nos fazer mal... vê se pode!
O fato é que essas pessoas parecem que saem de casa com o firme propósito de nos constranger como se com isso pudessem nos fazer comer menos. Mas como?........ Posso comer o que eu quero por R$15,00!!!!!!!! Tenho que aproveitar.
Injustiças a parte, pessoas assim deveriam trabalhar no IMETRO, pois conseguem a olho nu, saber exatamente as gramas que comemos e o quanto o inocente porquinho pesou no meu prato. Que canalhice!
Deveria ser criada uma Lei proibindo pessoas que comem pouco de entrarem em churrascarias. Querem comer saladinha com filezinho grelhado acompanhado do insosso molho de iogurte? Vai acampar na horta... Fica em casa! Mas não vem sentar ao meu lado e criticar o meu pernil enquanto colocam na boca aquela folhinha de alface sem gosto como se tivessem comendo picanha. Olha lá hem... Alface está matando... Estão cheios de Salmonella.
O importante é que sempre saímos desses lugares com a sensação de dever cumprido, mesmo que a noite seja preciso usar nossa velha e amiga cinta para entrarmos no vestidinho básico.
Mas que mal há nisso? Se existem é para serem usadas!"
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